Confiança, expectativa e compreensão: três palavras difíceis e ótimas para lidar

Três palavras que julgo complicadíssimas de se aplicar à vida real  – mas que, acredito, quando aprendidas, podem ser a solução de muitos problemas.


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Em primeiro lugar, temos que entender que ninguém é igual. Se tem uma coisa que me irrita bastante é ouvir frases que generalizam gêneros. Homens não são todos iguais, assim como mulheres também não. Eu não acredito nisso, não importa se o Papa vier falar o contrário.

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Imagens: Tumblr [reprodução].
 

Logo, se cada um de nós é diferente, temos que partir do princípio de que devemos respeitar nossas diferenças. Todas elas. Gostos, preferências, atitudes, manias, enfim, cada característica que compôe nossa personalidade e ser. Quando duas pessoas se juntam, elas passam por um processo de conhecimento do outro, é claro, e também por um autoconhecimento. Eu Marcéli, sozinha, sou de um jeito. Eu, Marcéli, em um relacionamento, sou de outro. Não porque sou duas caras, mas porque passa-se, automaticamente, a se preocupar com as coisas de uma forma diferente, com uma visão diferente. Faz parte do gostar e do se relacionar.
 

Quando estamos com alguém, fazemos planos, criamos expectativas; são coisas naturais. O problema é que, nem sempre, sabemos dosar estes planos e expectativas respeitando o espaço, o limite e o ritmo do outro. Nem sempre os dois querem andar na mesma direção ou no mesmo ritmo. E é por isso que é importante cultivar a individualidade, antes de mais nada.
 

A individualidade está aliada à compreensão, não ao egoísmo. Ou seja: eu quero X e ele quer Y, então, vamos ver uma maneira de fazer os dois ficarem felizes. Ele se sacrificou para fazer algo por mim, então, agora é minha vez. Ou: ele deixou de fazer algo para me acompanhar, então, nada mais justo que agora ele faça algo para ele. Coisas deste tipo, que parecem óbvias, eu sei, mas que ao longo da convivência podem se tornar muito difíceis, se não tivermos sabedoria e maturidade para tocar adiante.
 

Além da expectativa, que deve ser dosada, e da compreensão, que deve ser algo sempre presente, a confiança é outro alicerce que julgo fundamental. E não é só confiança no sentido sexual, não. É confiar em nível de amizade, também; conhecer a pessoa e, aos poucos, saber que existem certas coisas as quais ela faria por você, assim como você faria por ela. É não duvidar gratuitamente do caráter do outro. Claro que é um passo muito importante e, ao mesmo tempo demorado, porque é algo que está aliado ao processo de conhecimento do outro – você não vai confiar de graça em alguém que não conhece, certo? – mas, com o tempo, se ambos cultivarem a confiança mútua, isto será simplesmente um presente. A melhor coisa que um casal pode ter. Se você ama, você se fará ser uma pessoa confiável automaticamente. Porque você vai se esforçar para que o outro se sinta seguro ao seu lado; você sentirá prazer em ser uma certeza para o outro.

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É nisso que eu acredito.

 

por Marcéli Paulino

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