Fobia de envelhecimento: o mal do século

Eu já fui criança e, como sempre gosto de enfatizar, já tive um pensamento muito diferente do qual tenho hoje. E ainda bem! Porque um deles era fobia de envelhecer. Tenho 26 anos e tem amiga que vira para mim e fala: "nossa, hein? Tá ficando velha!".

Brincadeiras à parte, velhos todos nós estamos ficando, desde o momento em que nascemos. Concorda? E eu não ligo muito para o que os outros acham sobre isso, em relação a mim – em primeiro lugar, porque ninguém acredita que eu tenho essa idade e, em segundo lugar, porque, definitivamente, 26 anos não é nada. De fato, nada MESMO.

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Vocês aí, que adoram levar a conotação de "defeito" para a palavra velhice, como se envelhecer fosse uma vergonha, já pararam para conversar com seus avós ou com alguém com mais de 50 anos? Salvas algumas exceções, já perceberam a quantidade de conhecimento que essas pessoas têm para te oferecer? E já pensaram, ainda, sobre o quanto de tempo levamos para acumular esses conhecimentos, estas experiências e toda maturidade necessária para encarar toda uma vida?

Eu me irrito um pouco com essa fobia que as pessoas têm (e que eu tinha) de envelhecer. Parece que ter 30 anos é pecado, que deixar de ser "aborrecente" é uma vergonha. Cara, eu AMO não ser mais adolescente. Quando olho para trás e penso no "cérebro de alpiste" que eu tinha, sinto até vergonha de ter passado por aquela fase. Tudo bem, é uma fase pela qual todos passam, mas eu posso garantir que me sinto uma pessoa muito melhor agora. E pretendo me sentir ainda melhor no futuro. Porque a ideia – vocês sabem, né – é progredir e não retroceder.

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Para mim, envelhecer tem muito mais a ver com fatores psicológicos que físicos ou etários. Quer exemplos? Conheço gente de 20 e poucos anos que não tem a menor perspectiva de vida, não faz planos, não sente vontade de crescer sobre nenhum aspecto, enquanto amigos e amigas de 30 para cima acumulam diariamente novas experiências  – em viagens, no trabalho, em passeios, enfim. Têm um pique daqueles, saúde para dar e vender e nem de longe aparentam a idade que têm.

Energia, força de vontade, otimismo e animação não são fatores que dependem de sua condição etária. Claro, o tempo e o cansaço acumulam "em nossas costas", como diz minha mãe, mas isso não é motivo para você se tornar uma pessoa limitada e usar a sua idade como bengala para ficar parado ou não almejar coisas novas, por exemplo. A gente sabe que a etiqueta aconselha a não perguntar a idade das pessoas – mas qual o problema em falar sua idade? Qual a vergonha nisso? Simplesmente não faz sentido. 

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Eu, numa boa, não sinto vergonha nenhuma em dizer quantos anos tenho, quando me perguntam. A sociedade impôs esse estereótipo de "estou velho(a) demais", a partir do momento em que ser jovem e eternamente "belo" se tornou moda. E o belo, deixo claro aqui, é MUITO relativo (e também não depende de faixa etária). Vai dizer que uma Jennifer Aniston, com 43 anos, deveria se envergonhar de ter essa idade? Eu teria era orgulho de chegar aos 43 com a cara e o corpo dela – coisa que muita garota de 20 não tem, vamos ser justas.

E a coisa vai muito além de beleza, como já especifiquei ali em cima: saúde, vitalidade, energia, bom humor, otimismo, entre tantas outras coisas que podemos carregar conosco e levar pra outras pessoas, para contagia-las, não são questões que precisam depender de quantos anos nós temos. A idade da alma conta muito mais, é no que eu acredito.

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Imagens: Tumblr [reprodução].

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E para os medrosos de plantão, aqui vai a dica: a velhice também chega para você. Ou você passa a encará-la com os melhores olhos possíveis, ou você será uma pessoa frustrada e amarga desde já. A escolha é sua.

por Marcéli Paulino

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