Cansei de ser boazinha: analogias da imperfeição

Faz tempo que não escrevo sobre relacionamento aqui e, na verdade, hoje o assunto é meio que um apêndice do tema: hoje, vamos falar sobre pessoas que não se permitem ter defeitos. Afinal, por que é obrigatório ser o tempo todo lindo, bom, perfeito, feliz? Somos humanos. Iludir-se de que jamais erraremos é adiar a decepção e o sofrimento. Vai por mim.

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Não encarem esse post como uma apologia à maldade, mas como um grito de liberdade. Por um bom tempo da minha vida, eu, por exemplo, vivi da forma que me impunham como sendo o certo. Ou seja: beber é feio, beijar sem namorar também. E por aí vai. Tudo bem que faz parte da cultura de nossos pais, por exemplo, e da época em que eles cresceram ter este pensamento. E eles passaram o que lhes foram ensinado como 'certo' para nós. Mas quando alguém te ensina – ou te impõe – coisas desse tipo, você costuma parar pra pensar se é o que você quer pra você? Isto também acontece quando estamos decidindo qual carreira seguir  – outro bom exemplo.

Digamos que um pai é dono de uma empresa. Ele já "adestra" seu filho a seguir seus passos, afinal, ele não quer deixar seu patrimônio ao "deus dará". Mas e a felicidade  do filho, entra onde? Digo, no caso de ele achar que não será feliz seguindo tal área. O mesmo serve para quem acha que é o certo casar cedo, ter filhos e uma profissão definida aos 30. Quem não segue este "padrão" está errado, não é ninguém na vida. Quem estipulou isso e por que? Fico me perguntando.

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Existem certas coisas que, atualmente (ou melhor, de uns tempos pra cá) me tiram do sério – e uma delas é o conservadorismo. Se olharmos para trás na história, tudo é uma questão de controlar as massas. E isso não é papo cabeça não, é super real. Muita coisa foi criada pelo próprio homem, que estava em alguma posição "favorável" em relação à sociedade, e o fez para manter o povo em certo domínio e controle. Nunca existiu muito fundamento para as coisas, mas elas eram impostas e aceitas "porque tinham que ser assim". Este "porque sim" me irrita.

"Por que mulher tinha que casar virgem?" "Porque sim". "Por que mulher gorda é feio?" "Porque sim". "Por que homem tinha que perder a virgindade com uma prostituta, para perder cedo, que esperar a mulher por quem ele se apaixonasse?" "Porque sim". Entre outras tantas perguntas que, ao longo do tempo, nunca tiveram respostas plausíveis e acabaram caindo por terra. E, em meio a tantas perguntas descabidas, vem uma outra que acho super relevante trazer à tona: você faz as coisas – ou deixa de fazer – porque você tem vontade, porque não tem, ou porque você se sente na obrigação de passar certo tipo de imagem?

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Eu adoro um dizer que é assim: "preocupe-se mais com sua consciência que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam é problema deles". Desconheço o autor neste momento, mas sei que é uma ótima pensata. Muitos dos problemas de convívio acontecem porque as pessoas dão importância demais ao que é falado, ao que é julgado. Quando você não dá importância, acaba a graça de falar sobre.

Já reparou que quando alguém te provoca, com alguma brincadeira, é com o objetivo de te ver irritado(a)? E quando você não se abala com a provocação, acaba a graça? É a mesma coisa. Uma matéria só tem sucesso quando é muito lida ou quando causa muita polêmica. Quando não acontece nada, ela simplesmente morre. O mesmo acontece com a opinião das pessoas – principalmente, daquelas que não lhe acrescentarão em nada.

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Imagens: Tumblr [reprodução].

Para não me prolongar, recado final e resumo da ópera: faça o que quiser de acordo com a sua consciência e não de acordo com padrões e estereótipos idiotas. É na tecla onde sempre bato: se seus atos não invadem a liberdade do próximo, seja feliz e f*dam-se as opiniões alheias. Tenha defeitos, seja feliz com eles. Esqueça o perfeccionismo. Em muitos momentos da sua vida, ele só te causará frustração.

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beijos,

Marcéli Paulino.

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