O app Secret e o cyberbullying: reflexões de uma sociedade com valores distorcidos

Foi com muita relutância que acabei decidindo por escrever sobre a febre da atualidade, que me enoja a cada dia que ouço falar nela. Primeiramente, porque não ando com muita tolerância para polêmicas que, a meu ver, não têm fundamento (uma vez que a grande maioria sai prejudicada – então, para mim, não há por quê defender uma coisa que mais prejudica do que ajuda) e, em segundo lugar, porque são poucos os que param para ler e adquirir um pouco de (acredito que boa) informação.

Mas, depois, parei para pensar novamente e concluí que, ainda que poucos, estes que me lerão já serão extremamente válidos. Espero que absorvam algo e possam acrescentar opiniões produtivas.

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Vou dar uma de Isabela Freitas e dizer que, assim como ela, gosto de acreditar no melhor das pessoas. Partindo desta premissa, eu creio que, sinceramente, o criador deste app – que passou a ter uma finalidade ridícula – tenha tido a melhor das intenções. Porque, se pararmos para pensar, a ideia até que é legal: permitir que as pessoas compartilhem, anonimamente, seus segredos pessoais. SEUS segredos, não dos outros. Ou partilhar difamações sobre os outros. Entende a diferença?

O problema é que o ser humano tem uma triste tendência a levar para o pior lado tudo que se é criado. Assim como no Facebook e no Instagram existem idiotas que publicam imagens de garotas nuas, de vídeos de pedofilia e de piadas preconceituosas, era meio que óbvio que no Secret não seria diferente. E aí a coisa se torna uma "pandemia" na qual vivemos atualmente, que é o cyberbullying.

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O cyberbullying nada mais é que o bullying virtual, feito através de redes sociais, e-mails ou o que quer que seja. Ouvi este termo assistindo ao programa 'Encontro, com Fátima Bernardes' (me julguem), e o que me interessou, além do termo que já conhecia, foi um comentário de um dos entrevistados: "não são apenas os que sofrem bullying que têm problemas; aqueles que o praticam também têm".

E sabe o que eu acho? Que aqueles que praticam a difamação dos outros para se divertir têm problemas muito maiores do que os que sofrem com esta difamação. Minha atual forma de pensar simplesmente não entende qual o divertimento destas pessoas em perder seu tempo tirando um print da foto de alguém e criando um même malvado sobre esta pessoa. Não sou psicóloga formada, mas, minha experiência que permite entender um pouco da psicologia da vida me faz concluir que estas pessoas devem ser as mais complexadas consigo mesmas. E então, numa forma de tentar salvar essa frustração que sentem, se esforçam para enxergar os defeitos nos outros e apontá-los, numa tentativa de esconderem os seus próprios e dizerem a si mesmos: "eles são piores do que eu".

Abaixo, selecionei alguns prints que encontrei pela internet sobre posts neste aplicativo que mostram, a meu ver, qual era a primeira ideia em criá-lo. Pessoas que estão compartilhando seus pensamentos de modo inofensivo e anônimo, sem prejudicar ninguém, apenas desabafando.

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Imagens: reprodução.

O mais interessante aqui é o final da primeira frase postada, com fundo azul, onde a pessoa escreve no final: "Aprendi a nunca confiar na internet". Se a gente acaba aprendendo que mal pode confiar nas pessoas, imagina em uma rede imensa e aberta, onde qualquer um pode te alcançar, não é mesmo?
Mais triste que ver o rumo que isto tomou é constatar que a sociedade continua com a mentalidade patriarcal e ridiculamente conservadora, onde, sei lá, 90% das pessoas "zoadas" no app (se pudesse chutar uma estatística) são mulheres. Como a Pollyanna disse neste post para o GWS, tem sempre algum imbecil para comentar que "fulana é rodada, a outra é arrombada…". Como se não existissem homens nojentos que transam com 20 pessoas por semana e não sabem o significado de um relacionamento sério com decência.

Independente do público alvo destes xingamentos, aqui vai meu apelo para as vítimas do cyberbullying: seja você homem, seja você mulher, não dê munição para que os acéfalos das redes sociais te humilhem. Tirar foto pelada para mandar para o namorado ou a namorada é a coisa mais idiota que a globalização já permitiu fazer: a sua intimidade você mostra ao vivo, pra quem te interessa, não através de uma foto. Lembre-se de não confiar da internet – e nem nas pessoas. Já que a maioria não tem o bom senso de saber preservar o outro e querer o bem de forma geral, tente você evitar que o pior aconteça e se preserve.

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No mais, para quem quer ter filhos ou já os tem, saiba que você como mãe ou como pai está dando exemplo a cada vez que tira sarro de algo ou de alguém por ser diferente ou por tomar uma atitude ousada. Aprenda a evoluir e colabore para a construção de uma sociedade melhor. Corra atrás da sua felicidade, assim você não precisa procurar infernizar a vida dos outros só porque não é feliz.

por Marcéli Paulino

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